sábado, 12 de abril de 2008

Admiradora do som da chuva...

Já passa da uma hora da manhã e eu consegui driblar meus pais e continuo sentada na frente da minha máquina de escreve moderna.
A chuva cai em pequenas doses: primeiro chuvisca, depois vai aumentando até ela começar a cair como lágrimas de um bebê inconsolável.
A noite é fria - ou devo dizer: a madrugada é solitária?! - a única companhia que tenho é minha gata cinza que dorme e ronrona sobre meu colo.
Acho que essa é aquela legítima noite que eu me imagino -já adulta- trancada dentro dum apartamento sombrio e solitário no centro da cidade, com uma caneca de chocolate quente em frente ao computador e eu escrevendo minhas melancolias. Logo atrás de mim minha cama desarrumada da manhã passada, as luzes apagadas, o som do metrô em frente, a janela aberta e o vento invadindo o quarto.
Uma visão bucólica, mas gosto de pensar e acrescentar mais coisas nela a cada dia.
Já passa das duas da manhã e o sol se esconde atrás da lua, e a lua se esconde por detrás das nuvens carregadas de fúria e tristeza.
Quando era pequena minha mãe dizia que quando chovia muito era porque Deus estava muito triste ou zangado, eu pensava:
- Não fica assim Papai do Céu, seja o que for, não vai acontecer de novo.
É engraçado que hoje em dia quando chove em noite de finais de semana ou feriados eu não imagine lágrimas e sim um casal de amantes dormindo abraçados em uma cama aconchegante. O som da chuva caindo é tão bom, e saber que você pode ficar trancada dentro de casa tomando chocolate-quente é uma sensação ótima.
E dessa vez olho para o céu e falo de um modo diferente com Papai do Céu:
- Obrigada meu Deus!


Sonhos roxos e folhas secas




Eram exatamente quatro da tarde e o sol ainda brilhava sobre as árvores.
Eles continuavam deitados sobre a grama, com os livros atirados em suas volta e os olhos postos nas nuvens.
As árvores pareciam dançar ritmicamente ao sopro do vento enquanto ipês roxos caiam sobre os corpos dos três e de suas cartas de amor.
O cheiro de chimia de abóbora enchia o ar, o som das folhas secas sendo esmagadas pelos pequeninos gnomos soa longe, o ruflar das asas das borboletas amarelas pareciam lábios se encontrando, a música que Ana cantarola soa como flauta doce cantando as estrelas do mar.
O céu aos poucos vai se tornando lilás, igual ao vestido que Alice usou para ia a cidade comprar amoras. Seus dedos brincam com uma borboleta morta que Luís trouxe na manhã passada, adormecida entre suas mãos grandes e desajeitadas.
Ana sonha, sonha com as nuvens com gosto de maçã. Maçã é doce. Lilás é doce.
Ah, como ela gostaria de estar sentindo o gosto de lilás, derretendo em sua língua e espalhando seu sabor doce em cada canto de sua boca.
O sol se esconde entre as nuvens e depois reaparece. Luís se mexe sobre a grama úmida e deixa cair a pétala da rosa morta que guardava dentro do livro velho e amarelado.
Aos poucos os sonhos roxos – como os biscoitos que vovó fazia – vão sendo desenhados no horizonte, como se Deus estivesse sobre eles com um lápis sem ponta.
Os corações cor de cereja palpitam tranquilamente no peito de cada um deles.
“Que sabor terá o céu?”
Pergunta Ana com sua voz ondulando o vazio.
“Deve ter o gosto de maçãs, assim como as nuvens.”
Responde Alice, com sua cabeça deitada na grama e seu corpo miúdo coberto pelo casaquinho de lã preto.
“Não sejas boba” fala Luís “O céu tem gosto de amora, não vês os pássaros que nele voam?! Estão colhendo as frutinhas que nele brotam.” .
Seus olhos perfuram cada canto do bosque, como se estivesse olhando biscoitos de avelã e donzelas adormecidas.
O vento vai trazendo consigo o cheiro de mel com sonho de criança, os lábios de Alice cantarolando uma cantiga infantil qualquer parecem à delicadeza de peixinhos dourados nadando no aquário, igual á aquele que fica na vitrina da padaria.
Uma vontade avassaladora de tomar um gole da bebida púrpura sobe á garganta como uma ânsia, Ana se levanta. Movendo seus cabelos vermelhos de um lado para outro ela nem dá importância às pequeninas flores azuis que pisa.
O sol aos poucos vai sumindo, se escondendo atrás das montanhas verdes e movimentando um brilho intenso que nasce no rio de chocolate que corre manso, exalando o cheiro forte de vinho.
Luís também se levanta. Ele e Ana juntam contra o peito os livros de capa vermelha aveludada, Alice continua deitada.
De seus olhos duas lágrimas brotam e rolam por seu rosto até chegar a seus lábios, os invadindo com um gosto agridoce.
Ela fita o pássaro colorido que pousa na árvore próxima – que estende uma grande sombra sobre o jardim -, onde ele saboreia uma amora, sujando seu bico amarelo de roxo. Como se o céu estivesse sangrando.
Ana passa seus dedos pelos cabelos de Alice. Seus olhos são confortantes, sua mão quente e em seus lábios um sorriso doce.
“Vamos Pepônia, a volta sempre é mais fácil.”.


Por Gabriela Pairet.

"Para dois pepônios muito importantes na minha vida, pois são eles os que sabem o gosto do céu e a cor do vento que cobre os poetas mortos."

Pássaros, gnomos, nuvens, palavras e um pouquinho de Deus...


A tarde era quieta e entediante. O único som era dos carros que passavam velozmente pela avenida e os passarinhos que cantavam na frente da minha casa.
Eu foleava lentamente o livro de Erico Verissímo e minhas pálpebras cansavam.
Me sentei em frente á minha máquina de escrever moderna e escrevi o que vinha na minha cabeça: nuvens de maçãs, anjos de pirulitos, rios de chocolate, pássaros de marzipã, sonhos roxos, gnomos dançarinos, floresta com aroma de chimia de uva...
Mente infantil?
Se infantil for sinônimo de sonhar, sim!
Quem dera que nossos sonhos por um breve instante se tornassem realidade, que pelo menos uma metade disso tudo se transformasse em algo além do que folha de papel e palavras imaginárias.
Que todos os beijos tivessem o gosto de frutas, todos os abarços fossem quentes e confortantes como o de mãe, que todos os amigos ouvissem e falassem quando você mais precisa, quem dera...

Quem sabe um dia Deus pegue um lápis sem ponta e desenhe sobre um papel reciclado todos os sonhos das meninas de corações coloridos.

Meu dia e problemas sem solução


Meu dia começa basicamente ás 07:21 da manhã. Sim, esse é a hora que eu acordo pra ir ao colégio.
Ao contrário de algumas amigas eu não me acordo uma hora antes para me maquiar, pentear cabelo, esperimentar quatro tipo de roupas, se maquiar - de novo -, se olhar no espelho, e blá blá blá. Até faço questão de chegar atrasada e ir com qualquer roupa. o.O'
Deve ser pelo fato de ser meu último ano no colégio e não ter exatamente NINGUÉM interessante nele.
\o/ Help!
Mas tuuudo bem, já to acostumada, e afinal, ano que vem vou pra outro colégio. Dalê 1º ano
E que horas acaba meu dia?
Daí é oooutro assunto, durante o percorrer do dia -palavras bonitas *-* - faço o seguinte: vou pra escola, almoço em casa, vou pra escola de música, volto pra casa, quando tem vou pro curso de inglês e no final da tarde - finalmente \o/ - vou pra casa.
Claro que dá tempo de pensar de vez em quando no meio disso tudo.
Garotos? Se tem garotos na minha vidinha?
Claaaro, a todo momento. Tenho amigos de sobra e amo cada um deles, existe um em especial. <3
Bom, já são extamente 22:29 da noite e tenho que me deitar. ai,ai...o soninho chega e minha mãe já ta gritando:
- Sai dessa porcaria de internet... AGORA!
ok,ok, ela sempre vence essa briga. =/
Pucca