domingo, 13 de julho de 2008

Aspirais

E o nada vira tudo.
Aquilo que parece invisível ou até mesmo longe demais se torna uma parte da vida, da rotina, da alma.
Basta um momento de solidão ou um minuto sem um sorriso - às vezes falso - no rosto para ele vir com toda força e estupidez,fazendo as coisas importantes perderem o valor, desprezando cada partícula que podemos chamar de alegria do corpo e da alma.
E o medo vem junto: medo de tudo virar rotina e esquecer do que é bom, de não vir o amanhã ou simplesmente ser igual ao hoje. E a gente não sabe ao certo da onde ele vem mas temos certeza que ele estava ali o tempo todo, escondido, á espreita esperando um momento de fraqueza para ter mais chance de nos dominar.
Ele anda sempre camuflado de modo que não podemos achá-lo, simplesmente senti-lo: em nossos corações, nossa alma, nossos braços, nossos corpos ou ao nosso lado. Não tem uma cor definida, às vezes é cinza,roxo, preto, rosa,azul, branco.
É por vezes aveludado, áspero, liso. Só sabemos que está ali, cada vez mais melancólico e monótono, fazendo a morte ser preferível.
E ele permanece até alguém vir e fazer nos sentirmos realmente especiais, realmente felizes.E de repente ele morre e volta a ser algo.
Daí o nada se torna algo, que muitas vezes continua a ser invisível, sem cor ou sem gosto, mas que podemos sentir com todos os sentidos de nossa alma e coração.
E por mais que tomamos cuidado para ele não voltar ele permanece vivo em algum lugar, que semre acaba aparecendo nos momentos cinzas de nossas vidas,deixando nossos olhos impenetráveis e sonhos apagados.
Disso, tenho certeza.