sábado, 19 de abril de 2008

Nós, loucos


Devo ser realmente louca.
Não sei, mas dizem muitas vezes que não bato bem da cabeça. Nunca entendi direito o que queriam dizer meus amigos.
Hoje, ouvindo uma palestra em um Fórum de Lieratura Infantil e Juvenil, onde eu estava no meio de dezenas de professores e escritores - sim, me senti um lixo - quando uma mulher começou a falar sobre seu projeto em uma cidade.
No meio de suas palavras revoltadas contra a sociedade ela fala:
"Loucos são aqueles que querem uma vida melhor para suas crianças, que querem uma vida melhor para si. Que querem ver o pobre feliz, que querem liberdade! Que lutam com garra, e que fazem o que estamos fazendo agora: resgatando a literatura na vida da criança e do adolescente!"
Daí me liguei por que me chamavam de louca: porque eu não ficava com aquele bonito da escola só porque ele era idiota, que ficava ás vezes o recreio lendo um livro de Erico Verissimo, porque eu preferi ler um livro ou fazer parte de algo cultural do que ir a uma festa super badalada.
Que eu era louca por sonhar com país livre de violência e porque eu gritava para o professor de história: eses capitalistas de merda.
Que eu era louca por gritar contra a injustiça e estudar sobre drogas num dia claro.
Sim, pois então sou louca!
Por que se louco for aquele que sonha e sacode as mãos para o alto em busca de justiça eu sou esse louco, e espero intensamente que eu morra com essa loucura agarrada a um livro que fale sobre loucuras de amor.

"Eu quero no meu canto,
a juventude ativa!"

domingo, 13 de abril de 2008

Amor da minha vida (?)


Na verdade tudo começou quando começamos a falar sobre MSN. Estávamos sentados nos bancos embaixo do quiosque - ou o "circo" como chamamos.
Trocamos e-mails e nos finais de semana começamos a conversar. Nos víamos quase todos os dias, mas só depois da internet é que começamos a virar amigos.
O papo era animado e descontraído. Para mim, e a maioria das garotas da escola, ele era um dos garotos mais bonitos, e mais tarde descobri que o mais fofo.
Sem intenção perguntei de quem ele gostava, ele enrolou. Eu insisti. Com um modo meio tímido e demoradamente ele manda a frase que fez meu coração acelerado:
"Tô falando com ela agora"
Sorri silenciosamente e me fiz de desintendida, para mim é estranho alguém me achar atraente ou até mesmo dizer que "gosta" de mim.
Ele insistiu e eu mudei de assunto.
Os papos continuaram durante o decorrer dos dias, e nossa amizade se concretizava mais na vida real. Aos poucos fui notando coisas a mais nele. Ele era realmente fofo.
Meu coração aos poucos foi amolecendo e batendo mais forte quando ele estava por perto.
Amigos perguntavam, a mãe desconfiava, ele sofria, amigas tinham chiliques...
OK, EU TÔ Á FIM!
Se depois disso eu me entreguei aos braços musculosos dele e beijei sua boca ardentemente?
Claro que não.
Eu simplesmente me mantive longe, como se tudo fosse amor platônico. O melhor amigo dele também é meu melhor amigo. Minha melhor amiga acabou virando a dele também.
Tínhamos ciúme um do outro mas não nos entregávamos ainda.
Janeiro desse ano: uma viagem esperada por todos.
Minha escola faria uma viagem de uma semana para uma fazenda enorme, onde estudaríamos cansadamente. Se eu fui? óbvio! Ele foi? Com certeza!
Era o terceiro dia de viagem quando eu ria com meu melhor amigo próximo ao refeitório, ele chegava com um sorriso no rosto. Pediu pra falar comigo e minha vontade foi de sair correndo dali, meu amigo sorriu e disse pra mim ir.
Andamos um pouco até ele começar a falar, enquanto meu coração fazia de tudo para não pular pela boca.
Suas palavras foram perfeitas: "é difícil encontrar uma garota como tu, e eu gosto realmente de ti. Queria que a gente ficasse juntos."
Meu coração quebrou.
Claro que não podíamos ficar juntos, meus pais nunca permitiriam. Gaguejei até escolher as palavras certas. Não queria machucá-lo.
Então ele fez uma única pergunta: "E tu ficaria comigo?"
Sim. SIM!
Foi um beijo tímido. Interrompi logo no início,estava realmente nervosa. Era meu segundo beijo na vida.
Mas além disso meu maior medo era a diretora da escola que poderia ver, ela é severa. Saímos dali.
Na última noite ele e mais dois amigos bateram na porta do meu quarto e de mais cinco amigas. Apenas eu e mais duas fomos.
Íamos ver o pôr-do-sol. Era frio. Ficamos apenas abraçados, enrolados num cobertor. Nada aconteceu a não ser o sol nos banhando de luz.
Depois ficamos outras vezes. Ainda damos beijos um no outro.
Aos poucos fui pegando prática. A única dúvida: será que ele gosta do meu beijo?
O único problema que me incomoda todos os dias é sobre meus sentimentos. De repente não sinto aquela vontade de ficar perto dele, não sinto falta dos beijos dele, não anseio por estarmos a sós. Será que a paixão acabou?
O pior é que ele ainda me ama. Sim, me AMA.
Diz isso com todas as letras - e as mais bonitas: TE AMO.
Isso machuca, pelo medo que sinto em machucar ele e assim me machucar.
Ele é um grande amigo, tenho medo de perdê-lo.
Problemas de adolescentes parecem o pior do mundo.
Minha desculpa são os estudos. Na verdade isso é um fato.
Ah, sobre o que aconteceu sobre meus dois melhores amigos?
Eles estão juntos. ^^

"Momento de insana vontade de escrever algo e desabafar comigo mesma"