
Aquilo que parece invisível ou até mesmo longe demais se torna uma parte da vida, da rotina, da alma.
Basta um momento de solidão ou um minuto sem um sorriso - às vezes falso - no rosto para ele vir com toda força e estupidez,fazendo as coisas importantes perderem o valor, desprezando cada partícula que podemos chamar de alegria do corpo e da alma.
E o medo vem junto: medo de tudo virar rotina e esquecer do que é bom, de não vir o amanhã ou simplesmente ser igual ao hoje. E a gente não sabe ao certo da onde ele vem mas temos certeza que ele estava ali o tempo todo, escondido, á espreita esperando um momento de fraqueza para ter mais chance de nos dominar.
Ele anda sempre camuflado de modo que não podemos achá-lo, simplesmente senti-lo: em nossos corações, nossa alma, nossos braços, nossos corpos ou ao nosso lado. Não tem uma cor definida, às vezes é cinza,roxo, preto, rosa,azul, branco.
É por vezes aveludado, áspero, liso. Só sabemos que está ali, cada vez mais melancólico e monótono, fazendo a morte ser preferível.
E ele permanece até alguém vir e fazer nos sentirmos realmente especiais, realmente felizes.E de repente ele morre e volta a ser algo.
Daí o nada se torna algo, que muitas vezes continua a ser invisível, sem cor ou sem gosto, mas que podemos sentir com todos os sentidos de nossa alma e coração.
E por mais que tomamos cuidado para ele não voltar ele permanece vivo em algum lugar, que semre acaba aparecendo nos momentos cinzas de nossas vidas,deixando nossos olhos impenetráveis e sonhos apagados.
Disso, tenho certeza.