sábado, 19 de abril de 2008

Nós, loucos


Devo ser realmente louca.
Não sei, mas dizem muitas vezes que não bato bem da cabeça. Nunca entendi direito o que queriam dizer meus amigos.
Hoje, ouvindo uma palestra em um Fórum de Lieratura Infantil e Juvenil, onde eu estava no meio de dezenas de professores e escritores - sim, me senti um lixo - quando uma mulher começou a falar sobre seu projeto em uma cidade.
No meio de suas palavras revoltadas contra a sociedade ela fala:
"Loucos são aqueles que querem uma vida melhor para suas crianças, que querem uma vida melhor para si. Que querem ver o pobre feliz, que querem liberdade! Que lutam com garra, e que fazem o que estamos fazendo agora: resgatando a literatura na vida da criança e do adolescente!"
Daí me liguei por que me chamavam de louca: porque eu não ficava com aquele bonito da escola só porque ele era idiota, que ficava ás vezes o recreio lendo um livro de Erico Verissimo, porque eu preferi ler um livro ou fazer parte de algo cultural do que ir a uma festa super badalada.
Que eu era louca por sonhar com país livre de violência e porque eu gritava para o professor de história: eses capitalistas de merda.
Que eu era louca por gritar contra a injustiça e estudar sobre drogas num dia claro.
Sim, pois então sou louca!
Por que se louco for aquele que sonha e sacode as mãos para o alto em busca de justiça eu sou esse louco, e espero intensamente que eu morra com essa loucura agarrada a um livro que fale sobre loucuras de amor.

"Eu quero no meu canto,
a juventude ativa!"

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